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Marcela Pavan

Convivendo com a distração. O que é o Deficit de Atenção?


Viver distraído a mercê da impulsividade dos pensamentos, sentir frustração frente às obrigações não cumpridas e com a sensação de estar falhando constantemente. Essas são situações comuns para quem vive com o Transtorno do Déficit de Atenção ou TDA.

A pessoa com o esse transtorno tem dificuldade em manter a atenção focada em algum assunto específico, apresenta problemas na organização das idéias e realização das tarefas.

Surge na infância e o impacto do TDA aparece frequentemente na escola, quando a desatenção em sala de aula prejudica o desenvolvimento escolar. A criança se distrai facilmente e muitas vezes não atende as expectativas da escola, da família e da sociedade. O déficit de atenção pode vir associado à hiperatividade, que significa agitação física constante, o que agrava o quadro.

Hoje o diagnóstico ajuda o portador a entender o motivo das suas dificuldades e a encontrar meios mais eficazes de lidar com elas, mas esse diagnóstico precisa ser feito com cautela principalmente quando há medicamentos associados. O contexto vivido atualmente propicia um ritmo de vida agitado. Estamos mais conectados, a sociedade demanda que estejamos ligados em várias atividades ao mesmo tempo, o que produz indivíduos mais inquietos e ansiosos, mas não significa que apresentam o transtorno. Existem testes específicos para constatar se a pessoa possui ou não as características do TDA e o diagnóstico deve ser dado por um profissional, de preferência especialista no assunto.

Autoestima

“Você não faz mesmo nada direito”. Ouvir essa frase várias vezes quando criança pode influenciar na forma como ela se percebe, e o que é pior, a pessoa acabar acreditando não ser mesmo capaz de realizar algo bom. Essa insegurança pode acompanhá-la por toda a vida e isso impacta diretamente na autoestima e na qualidade das relações que se estabelece durante a vida.

É importante ampliar a percepção e entender que todo o ser humano passa por dificuldades e que elas são uma parte na vida do indivíduo, outras potencialidades existem nele e que é preciso reconhecê-las e valorizá-las. Esse trabalho não é fácil e passa por desconstruir crenças que podem estar atuando há muito tempo, mas o esforço é válido e a terapia ajuda muito nesse processo. Outras histórias vão surgindo e o sujeito se percebe de forma mais completa, reconhecendo tanto as dificuldades quanto as potencialidades.

Existem muitos profissionais bem sucedidos hoje ligados à arte, negócios, medicina, que se descobriram portadores do TDA. A própria Ana Beatriz Barbosa possui o déficit de atenção e é psiquiatra de sucesso, conhecida nacionalmente por divulgar o TDA em todos os meios de comunicação e através do seu livro “Mentes Inquietas”.

Como viver melhor

É possível inserir pequenas práticas no dia a dia que ajudam na construção de uma rotina mais satisfatória, como por exemplo:

– Lembretes – colocar um quadro de aviso em casa em um lugar visível, com pequenas notas, ajuda a lembrança constante das tarefas que precisam ser concluídas. É interessante de vez em quando trocar o quadro de lugar para ele continuar chamando a atenção e funcionando como lembrete.

– Agenda – uma prática que ajuda na realização das tarefas é diariamente relacionar e escrever na agenda tudo o que precisa ser feito no dia e recorrer a ela toda vez que houver dispersão, a agenda serve como uma ferramenta de apoio na execução das tarefas e deve ser utilizada constantemente.  Importante também é sinalizar quando algo for concluído para mensurar o quanto se foi capaz de realizar no dia, isso fornece um parâmetro mais real da produtividade ajudando na correção, se necessário, e valorizando a conclusão das tarefas.

-Pausas – Como a dispersão é constante em quem tem déficit de atenção é interessante estabelecer pausas quando o trabalho necessitar um esforço grande de concentração. Pequenas paradas para beber água, andar um pouco ou outra atividade rápida devem ser consideradas, isso alivia a ansiedade e melhora a produtividade. É importante também que a pessoa se proponha a retornar após a pausa, para que não corra o risco da distração levar a outra atividade e não concluir o que se estava fazendo. A pausa deve servir como um facilitador na conclusão dos compromissos.

-Recompensas – Criar formas de recompensa para a conclusão de tarefas motiva a continuação dos esforços diários. Se permitir fazer algo que gosta ou comprar um presente para si mesmo depois de finalizar um trabalho difícil traz a satisfação do merecimento e ânimo redobrado.

Essas são algumas práticas que auxiliam na condução da rotina, mas a terapia, ou outras formas de buscar o autoconhecimento, é fundamental para entender o que acontece consigo e encontrar formas singulares para ter uma vida com mais bem estar.por Marcela Pimenta PavanPsicóloga Clínica – CRP 05/41841

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